Horacio Quiroga (1879-1937) e Ambrose Bierce (1842-1913?)
Pelo fato de não ter escrito sobre nenhuma personalidade no mês de Novembro, agora em Dezembro resolvi falar de dois contistas de terror, ambos pouco conhecidos no Brasil, a quem tive a felicidade de encontrar neste ano através de sua Literatura: Horacio Quiroga e Ambrose Bierce.
Horacio Quiroga nasceu no Uruguai, mas viveu um bom tempo na Argentina; sua vida foi marcada por algumas fatalidades, dentre as quais o disparo acidental, feito por ele com uma arma, que acabou vitimando seu amigo. Seu mais famoso livro Contos de Amor, de Loucura e de Morte foi publicado em 1917; nele se verifica uma característica muito particular nas histórias de Quiroga: seu terror está presente na natureza e na própria vida, manifestando-se através de situações trágicas que selam o destino de seus personagens. Formigas carnívoras, picadas de cobra, insolação, a crueldade do homem para com seu próximo marcam seu estilo, tornando-o, a meu ver, mais verossímil. Horacio Quiroga se suicidou ingerindo cianureto em 1937.
Já Ambrose Bierce, de origem estado-unidense, se aproxima mais do estilo clássico de terror, ao modo de Edgar Allan Poe: o sobrenatural permeando a ação da qual depende a própria história. Não que ele despreze a crua realidade da relação entre as pessoas: para tanto é capaz de opor pai e filho, condenar um homem que sonha em voltar ao lar e matar crianças para fazer um óleo medicinal; mas a fatalidade nele é demonstrada de forma bem mais sutil. Para seu rico imaginário contribuiu a sua experiência na Guerra Civil Americana (1861-1865), cenário no qual se passam alguns de seus contos. Bierce foi jornalista e publicou muitos textos satíricos, dentre eles O Dicionário do Diabo onde dá uma versão crítica do significado de certas palavras. Desapareceu por volta de 1913 ao atravessar a fronteira do México para, supostamente, se juntar aos homens de Pancho Villa.
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