Entrevistador: - estamos aqui com ela, que sempre frequenta nosso programa, e está inaugurando sua cobertura em Nova York: Lucinha Lafourd!
Socialite: - olá, pessoal, tudo bem? É maravilhoso estar com vocês novamente.
Entrevistador: - então nossa querida socialite se mudou para Nova York? Vai fazer falta no Brasil...
Socialite: - não, não deixarei o Brasil. Eu comprei essa cobertura porque tem uma vista linda para o Central Park, daqui de cima consigo ver a cidade inteirinha. Mas jamais deixaria o Brasil. O Brasil é maravilhoso, gente!
Entrevistador: - então foi um mimo que você deu a si mesma...
Socialite: - ai, gente, não queria falar, não, mas foi o John. O John, meu novo namorado, me deu de presente, sabe? Eu venho pra cá, tomo meu champanhe vendo essa vista linda... Não é maravilhoso, gente?
Entrevistador: - diz pra gente, por que você está toda trabalhada no verde e amarelo?
Socialite: - ah, eu estou acompanhando essa onda de protestos e torcendo muito pelo nosso povo, que é um povo sofrido. Eu acho que chegou um momento que as pessoas cansaram de corrupção, de desigualdades sociais, de falta de saúde, de educação e resolveram ir para a rua reclamar seus direitos. É isso aí, dou meio apoio daqui de Nova York.
Entrevistador: - estou vendo, comprou bandeirinhas, boné, camiseta...
Socialite: - e estou fazendo o maior sucesso aqui. Eu e uma amiga montamos uma grife que só vende esses itens. E você pode entrar na nossa página e customizar. Lá tem camisetas, broches, bonés, bolsas, anéis tudo com essa temática de hoje em dia. Aí a pessoa entra e pede, por exemplo, uma camiseta com a frase ''vem pra rua'' e a gente manda entregar onde for. Meus amigos daqui adoraram a ideia, vários deles estão comprando, porque eu digo sempre: gente, vamos torcer pelo Brasil.
Entrevistador: - e como as pessoas daqui estão encarando esse movimento que tomou conta do nosso país?
Socialite: - todo mundo acha maravilhoso. Eu fico feliz porque no Brasil nunca houve isso, nunca houve essa revolução. Aquele povo que não trabalhava, que não exigia seus direitos, não existe mais. Está na hora dessa gente mostrar que tem valor! Outro dia, fui com John em um jantar de negócios que ele tinha com uns alemães. Eles me adoraram e perguntaram mil coisas sobre o Brasil. E nós, formadores de opinião, temos a obrigação de quebrar preconceitos, entendeu? Aproveitei e fiz a propaganda da nossa lojinha virtual, que ninguém é de ferro. Mas, gente, sério, não é porque eu tenho uma situação financeira um pouco melhor que não vou fazer parte de tudo isso que está acontecendo.
Entrevistador: - e quando você volta para o Brasil?
Socialite: - deixa passar um pouco toda essa confusão, vou curtir mais a Big Apple...
Entrevistador: - você quer deixar uma mensagem para nosso expectador que está no Brasil?
Socialite: - quero dizer que violência não está com nada, que as pessoas podem protestar, mas pacificamente, sem vandalismo. Eu fico triste quando vejo a polícia tendo que conter aqueles manifestantes mais exaltados, sabe? Mas é isso aí, vamos brindar aqui pelo futuro do nosso povo, com esse champanhe magnífico, desejando tudo de melhor. Porque, gente, o povo brasileiro é maravilhoso!
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