domingo, 17 de outubro de 2010

Conto Erótico

   Este conto tem a única função de demonstrar o quanto estamos presos à nossa condição animal. Para longe de ser puro ato de amor, o sexo, acima de tudo, é uma necessidade orgânica manifesta através do corpo. Ninguém pode sentir prazer físico com a alma - talvez os demagogos sintam -, ninguém busca o sexo simplesmente por amor. Ou não justificariam a sua precisão como sendo intrínseca a um relacionamento conjugal desejável. A nossa mente tenta racionalizar buscando uma explicação favorável aos sentimentos altruístas que comandariam o desejo sexual. Pois eu discordo veementemente: o amor até pode conduzi-lo, mas não guia a vontade primordial. Não somos tão animais como quando estamos copulando; não há meio mais legítimo e natural para se preservar a vida; não há energia maior na Natureza - a energia sexual é criadora! Não quero dizer com isso que abandonemos nossa razão em virtude da promiscuidade irrefreada, pois ainda somos seres racionais e sabemos o mal que advém dos excessos. Talvez o que ora diga não seja novidade. Então passemos ao conto. Caso queira, pule a história, que tem apenas função preliminar, e vá logo para a ação - mas não anseie em demasia para não terminar antes do tempo!
***
   Geisilane não era uma mulher muito bonita, mas possuía formas admiráveis que chamavam a atenção no bairro. Andava metida em roupas curtas e decotadas, justas em seu corpo e, no alto da plataforma, que muito mal disfarça sua baixa estatura, saía às compras na feira. Era dona de casa dedicada ao marido e ao filho pequeno. Lavava, passava, cozinhava, varria os cômodos e o quintal e só parava na hora da novela. Seu marido dormia durante quase todo o dia, pois pegava no seu táxi pela madrugada. Era quando a solidão devassava Geisilane. Recostada no sofá, assistindo algum filme ruim, pensava que pouco tempo havia para sua distração e, quando havia, passava por algo sem graça - ainda mais porque dormia sozinha e nunca saía com seu marido. Pior: ele a deixara de procurar. A diferença de idade entre os dois talvez fosse um agravante. Ela era bem jovem ainda e ele quase batia nos cinquenta. Quando não trabalhava ou dormia, ele bebia muito e ficava imprestável. Fatigada, questionou-se pelo fato de ter optado por aquela vida ingrata, posto que a envelhecera precocemente - muito cedo fora mãe, muito cedo teve responsabilidades, muito cedo pensou em divorciar-se. Não obstante, Geisilane mantinha a boa forma e a vaidade próprias da juventude: maquiava-se, perfumava-se, tingia os cabelos de castanho, pintava as unhas de vermelho e tentava seduzir o pobre marido indiferente. Noites e noites transcorreram assim.
   Certa vez, pouco passava das onze, seu marido havia acabado de sair, quando Geisilane ouviu a campainha - quem poderia ser àquela hora? Foi até o portão a saber da visita inesperada. Era o vizinho, o Jorge, quem batia e vinha pedir para encher um balde de água porque faltara em sua casa. Pediu mil desculpas e Geisilane o fez entrar. Enquanto esteve agachado diante da torneira do quintal, a moça reparou bem no rapaz e perguntou-se umas três vezes porque nunca houvera reparado nele antes: alto, de tez morena, braços bem torneados, cabelos e olhos negros, pêlos encrespados no peito. Sentiu algo diferente e o coração acelerou, deixando-a resfolegante.
   Ao terminar, Geisilane o convidou para um café e, após muita insistência da parte dela, Jorge aceitou. Jamais passara pela cabeça dela trair seu esposo. Mas ali, naquele momento, sucumbiu a um desejo que imediatamente a fez ver aquele homem, com quem vivia, de forma drástica e pouco indulgente. Certificou-se que o filho dormia, depois sentou-se perto do rapaz que sorvia a bebida quente, praticamente o obrigando a reparar nela: um vestido lilás e transparente denunciavam seus seios; seus cabelos úmidos e sua pele recendiam a leite de rosas; seus lábios carnudos clamavam por tocarem-lhes. E tal foi como tudo se deu:

   Ela puxou-lhe pela camisa e beijou-lhe com vontade escorregando suas mãos pelo tronco até a parte interior de suas pernas Jorge apertou os seios volumosos e Geisilane desabotoava-lhe os botões em seguida ele tirou-lhe o vestido pela cabeça e lambeu seus mamilos descendo pela barriga para arrancar sua calcinha com os dentes mordeu as nádegas chupou-lhe o grelo fazendo-a gemer alto depois foi a vez dela Geisilane passou a língua no peito trilhando o caminho formado pelos pêlos que terminavam no membro já rijo de Jorge engoliu o mais que pôde lambuzando de saliva Jorge a ergueu pelos braços virando-a de costas para penetrar fundo naquelas carnes ela primeiro apoiou as mãos na mesa sentando-se nela após quando enfim decidiram mudar de posição abriu as pernas e pôde encará-lo a expressão feroz o suor a força que  desprendiam o clamor tudo era prazer para ambos por fim Geisilane exclamou goza dentro foi quando sentiu um jorro quente na vulva dando o urro derradeiro
   Geisilane tornou-se uma mulher mais afável e compreensiva com o marido e se resignou com suas noites solitárias.  Entretanto, muito embora não passasse de um encontro, jamais esquecera Jorge.

2 comentários:

R-E-N-A-T-O disse...

Estão tá né... Vão dizer q é tarado! hahaha

Gabrielle violet disse...

kkkkkk...
Nossa!Maurício!Quem diria??rsrs...
Lascivo e visceral até demais!